As fake news estão cada vez mais presentes numa sociedade onde a manipulação e a desinformação são dominantes. Apesar da popularidade do termo, poucas pessoas compreendem este fenómeno e a sua perigosidade em diversas situações. Mas, afinal, o que são fake news? Quais os seus impactos na sociedade e como combatê-las?
As fake news (em português: notícias falsas) tiveram origem nos meios de comunicação tradicionais e não demoraram muito a invadir o online, até às redes sociais e a websites de notícias falsas. Com a evolução tecnológica, as fake news têm vindo a propagar-se rapidamente e com maior facilidade, ganhando cada vez mais força.
“Notícias falsas” é um termo usado para nos referirmos a notícias inventadas, facilmente difundidas, com o propósito de enganar o público. A notícia falsa é uma mentira criada sem sustentação de factos e que se assume como verdadeira.
Caracterizadas pela sua atratividade e apelo emocional, estas notícias são fabricadas com o principal objetivo de obter lucro financeiro. Na internet, publicações com um grande número de partilhas são sinónimo de uma grande receita publicitária. Quanto maior o número de leitores, mais cliques o site tem, e, por isso, a publicidade da página é vista com maior frequência. Quanto mais vista, maior é a receita para os gestores da página.
A popularidade das redes sociais tem dado espaço à propagação de notícias deste género. Estas redes, em particular o Facebook, possibilitam que qualquer personalidade pública, ou até um cidadão comum anónimo, consiga atingir um grande alcance, seja qual for o tipo de informação partilhada.
Mas quais são os seus impactos na sociedade?
Para além de espalharem acontecimentos falsos e mentiras, as fake news também são bastante prejudiciais para o jornalismo profissional, tornando-se mais difícil para os jornalistas cobrir notícias significativas. Se qualquer pessoa pode escrever uma notícia, os profissionais deixam de ser valorizados e o seu trabalho torna-se menosprezado.
Além disso, devido ao seu grande poder de propagação, as notícias falsas podem influenciar a opinião pública erradamente. A informação influencia a forma como percecionamos o mundo – tomamos decisões com base naquilo que sabemos. Logo, se a informação que consultamos for inventada, exagerada ou distorcida, as nossas decisões serão influenciadas no mau sentido.
Como podemos combatê-las?
De acordo com a IFLA (Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias), existem algumas formas de detetar a veracidade de uma notícia:
– Pesquisar a fonte de informação
Procure entender qual é a missão e o propósito do site através de outras publicações.
– Ler para além do título
Muitas vezes, os títulos podem não estar relacionados com o conteúdo da notícia e, por isso, é importante ler o texto até ao fim.
– Verificar os autores da notícia
Os autores podem dizer muito acerca da notícia. É importante verificar se eles realmente existem, se são uma farsa ou de confiança.
– Tentar encontrar fontes de apoio
Clique nos links para perceber se a informação sustenta a história.
– Verificar a data da publicação
As notícias têm prazo de validade. Com a constante velocidade dos acontecimentos, a notícia pode ter sido verdadeira há muito tempo mas já estar desatualizada e, assim, perder a sua relevância.
– Questionar se é uma piada
O texto pode ser uma sátira, sem a intenção de enganar o leitor.
– Refletir sobre os preconceitos
Os seus ideais podem afetar o seu julgamento.
– Procurar um especialista
A confirmação de pessoas independentes com conhecimento na matéria é importante para avaliar o conteúdo de uma notícia.
Hoje em dia, existem vários mecanismos que ajudam a apurar os factos e a distinguir notícias verdadeiras de notícias falsas. O Polígrafo é o primeiro jornal português de fact-checking (em português: verificação de factos). Existem ainda algumas instituições internacionais tais como Aos Fatos, do Brasil, e International Fact-Checking Network (IFCN Poynter) encarregues dessa mesma tarefa.